domingo, 21 de abril de 2013

Capitulo 7 - Uma nova atitude



Depois de ouvir a história de Natasha, muita coisa mudou. E a primeira mudança seria o acréscimo de uma nova atitude no seu cotidiano. Rochele iria se entregar um pouco mais no seu trabalho quando tivesse a oportunidade de rever Eduardo. Ela não faz idéia de como seria isso. Talvez pensar menos fosse a solução para os seus problemas.

Quando enfim chega a hora de começar o dia, ela e as outras garotas vão descendo as escadas  para ficar esperando na porta do hotel pelo primeiro cliente do dia. Como era muito cedo, dificilmente a primeira transa seria com ele. De qualquer modo, ela aguardaria ansiosamente por isso, o que por sinal é um sentimento estranho e novo também. Nunca se sentira assim tão a espera de alguém em especifico como dessa vez.

``Estou me apaixonando?``. E a resposta, infelizmente, não vem na mesma velocidade com que a pergunta foi feita. O motivo é a realidade chamando-a de volta quando chega um rapaz de porte atlético, alto, loiro e cabelo repartido ao meio perguntando pra ela sobre o programa. Ela explica, ele pensa um pouco e vai embora se despedindo com um ``até logo``. Mas o que mais chama sua atenção não é isso e sim o fato dele não dirigir o olhar para os outras garotas como a maioria dos caras fazem quando passam na frente delas. Ele atravessa a rua e segue em direção a uma agência bancária.

Alguns minutos, ele retorna para o local e escolhe Rochele para um programa. Seu nome é Marcelo. Os dois seguem em direção ao quarto de número 15 e começam a conversar:

- Você é muito bonita, sabia? diz ele com um sorriso bem simpático.
- Obrigado, gatinho. Olha, fica a vontade que eu já volto, ok?
- Ok.

Ela dá uma piscadinha e um beijo leve no rosto dele. Quando se vira para sair do quarto e pegar as camisinhas é surpreendida pela mão dele segurando-a.

- O que foi? Tá tudo bem?
Marcelo não responde com palavras e sim com um beijo suave na mão dela.

No caminho, pensa em como seria começar o dia com essa tal ``nova atitude`` dela. Fazer uma experiência com essa rapaz que, por sinal, parece tão gentil e legal assim como Eduardo costuma ser com ela.

- Oi gatinho, voltei.
- Estava com saudades.
- É mesmo?
- Ahan.
- Me diga uma coisa, você já fez algum programa por aqui antes?
- Não.
- Hmmm, então quer dizer que eu sou uma garota de sorte? Bom saber. Como prêmio, vou deixar você tirar minha roupa.
- Adorei. 

Nisso, ele levanta da cama e começa a se despir até ficar apenas de cueca. Depois analisa por alguns segundos aquele belo corpo parado a sua frente. Toca os seios dela e o bumbum enquanto vai recebendo beijos carinhosos no pescoço seguidos por uma excitante massagem no pênis dele. Não demora muito para que Rochele esteja praticamente nua e também excitada por tantos carinhos daquele rapaz. Após um longo e ardente sexo oral, eles começam a transar pra valer. Os movimentos vão aumentado junto com o tesão. Ela começa a gemer cada vez mais alto. E ele também. Os barulhos começam a se confundir com tanta agitação. 

- Ahhhh, não pare, por favor, quero que você goze bem gostoso em mim.
- Tem certeza? Você fez questão de não colocar camisinha.
- Tenho. Manda ver. Estou curtindo muito você.

Minutos depois dessa breve conversa, ele ejacula com força dentro dela. O momento é seguido por um suspiro aliviado de ambos. Enquanto Marcelo se deita e espera sua respiração voltar ao normal, ela se move em direção ao corpo dele olhando fixamente seus olhos.

- Gostei muito de você, amorzinho.
- Eu também, gata.
- Faz também que não transo tão gostoso com um cliente, diz ela se surpreenda com a naturalidade com as palavras saem de sua boca.
- Bom saber.
- Me faz um favor?
- Claro, tudo o que você quiser.
- Feche os olhos.

Ela se aproxima e o beija na boca, algo que nunca fizera antes com um cliente, nem mesmo com Eduardo considerado seu preferido. Nesse momento, ele abre os olhos e resolve corresponder com o gesto dela. E então, o que era para ser um beijo curto e sensual se tornou algo demorado e...romântico. 


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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Capitulo 6 - A lenda de Natasha



Há muito tempo atrás, surgiu por aqui no hotel uma garota muito incomum. Tinha um corpo magro, porém bonito. Seu visual era considerado exótico. Nem sempre usava roupas curtas ou se esforçava para mostar seu corpo. Tinha um cabelo pintado de verde e uma tatuagem no pescoço. Alguns diziam se tratar de um falcão vermelho. Quem a conheceu de perto, como eu, sabe que ela não precisava realmente do trabalho. Estava ali pela curtição. Fugiu de casa, usou grande parte do dinheiro que ganhou de mesada dos pais ricos para fazer algumas mudanças no corpo. Infelizmente, não tenho a história completa dela pra te contar, amiga, pois a conheci logo pouco antes dela ir embora.
- Como assim ? Pergunta uma Rochele cada vez mais curiosa.
- Você acha que todas nós ficamos aqui para sempre?
- Não sei.
- Pois então, pense bem. Algumas conseguem uma nova chance e são felizes.
- É o caso dela?
- Não se sabe. Cada pessoa que a conheceu diz algo diferente sobre o tempo dela por aqui. De certo modo, todas temos alguma história sobre ela. É como se uma parte dela vivesse dentro de nós, entende? Infelizmente, nem todas são verdadeiras, eu acho. Já ouvi dizer, por exemplo, que ela se drogava.
- Sério????
- Sim. Ela adorava dizer em alto e bom som: ``A vida é bela e o paraíso um comprimido``
- Nossa, que loucura. E qual era o nome dela?
- Natasha Sempere.
- Uau, diferente até no nome.
- Era uma figura mesmo. Mesmo com todo aquele jeito rebelde sem causa, ela tinha um lado que
poucas conheciam: adorava livros. Lia Dostoiévski, William Shakespeare, Machado de Assis, Carlos
Drummond de Andrade, entre outros.
- Nossa, quanta coisa. Mal conheço metade deles. E como ela arranjava tempo para ler tudo isso?
- Ah, apenas um detalhe.
- Como assim?
- Ela fazia seu próprio horário. Não aceitava que alguém impussesse regras sobre como deveria se comportar na cama ou com os clientes. Seu único lema era a liberdade e nada mais.
- Isso é bem difícil de acreditar.
- Qual parte?
- Que tal tudo, hein, bonita? Como é possível alguém entrar nisso por vontade própria e ainda sentir prazer? Fazer o que quiser e ir embora apenas porque deu vontade.
- Acredite se quiser.

Enfim, o fato dela ser considerada uma lenda entre as garotas do Hotel Central é porque ela se apaixonou por alguém e, por isso, foi embora. Seu nome era Daniel, um dono de um sebo muito conhecido na região. Tinha olhos castanhos, cabelos curtos e não era muito alto. Algumas garotas caçoavam dele pelas costas imaginando o quão fraco ele deveria ser na cama. Mas o que ninguém sabia era da amizade entre os dois. Foi através dele que Natasha reacendeu sua paixão por literatura como nunca antes na história de sua jovem vida. E Entre uma transa e outra, ele sempre deixava uma edição bem antiga de algum autor conhecido para ela que, por sua vez, amava tais presentes. 

No entanto, dizem as más línguas que, certa vez, ao sair de um dos quartos após um programa ela se deparou com um antigo namorado subindo as escadas com uma outra garota de programa. Os dois se olharam por um longo tempo e depois seguiram cada um seu caminho. Talvez, não a tenha percebido ou então simplesmente ignorado. Isso nunca saberemos. O importante é que ela fez seu destino.

- Como assim?
- Foi embora no dia seguinte. Coincidentemente, Daniel nunca mais apareceu no Hotel. Afinal,
Natahsa era a única garota com quem ele transava por lá.
- E como você sabe que ela teve uma segunda chance, que foi feliz?
- Eu não sei, amiga, mas acredito que sim com todo aquele jeito dela. Natasha Sempere era uma
garota livre desde o primeiro minuto em que colocou seus pés nessa calçada. E é erro nosso pensar
que não podemos ser que nem ela.
- Desculpa, mas acho que você tá viajando muito, gata.
- Por quê? 
- Ah, deixa pra lá. E o que isso tem a ver comigo?
- Você tá a fim de levar um tapa?
- Não, calma. Não fica assim comigo. Foi sem querer que eu disse.
Muito emocionada pela história que acabara de contar, Vanessa fica em silêncio e com uma expressão mais fechada. Não quer brigar com sua amiga querida do qual tem tanto carinho e também não quer chorar de saudade pela amiga que se tornou uma inspiração para ela.

Enquanto isso, Rochele reflete sobre toda aquela história e na sua relação com Eduardo. Imagina como seria sua vida se um dia sua amiga fosse embora. Vanessa era mais que uma amiga para ela. Era como uma irmã. Pensando nisso, ela resolve consolar sua amiga. Alisa seus cabelos carinhosamente, dá um beijo na sua bochecha e a abraça bem forte.

- Ruiva, gosto muito de você, viu?
- Obrigado, gatona.Eu também gosto muito de ti, diz ela tentando esconder uma lágrima.
- Obrigado pela história.
- Bom, espero que ela sirva de inspiração para você de algum modo.
- Pode ter certeza que sim. Acho que agora também tenho um pouco dela dentro de mim.





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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Capitulo 5- Uma escolha diferente




A semana tinha sido muito corrida para Eduardo. Era começo de mês e, como sempre, tinha muito trabalho a fazer na empresa de telemarketing na qual trabalhava como vendedor de produtos para um site de compras muito conhecido. Mesmo com tanta coisa na cabeça, ele nunca se esquecia da última vez em que estivera com seu anjo. Lembrava com prazer e memória fotográfica cada momento daquela transa. Se masturbava muito, mas nem sempre era o bastante para aliviar a saudade dela.

Assim como todos os outros homens da sua idade, ele pensava muito naquilo. Porém, por incrível que pareça, o que dava mais saudade eram os momentos de carinho. Os abraços de despedida ou os leves beijos que ganhava dela antes e depois de tirar a roupa. As conversas também tinha lugar cativo nas lembranças do rapaz, seja pelo conteúdo ou por conta do prazer de ouvir aquele jeito doce de falar dela. Apesar de tudo, tinha medo que suas emoções tomassem um caminho diferente. Sendo assim, resolveu mudar o jogo. Iria transar com outra garota de programa daquele hotel. Afinal, de contas, ele e Rochele não eram nada demais, não é mesmo?

O relógio já anunciava o fim da tarde. O sol já ia embora para dar lugar a uma noite agradável. E Eduardo fazia seu caminho de sempre em direção ao Hotel Central. Por sorte, aquele dia não teria aula na faculdade devido a uma jornada de profissões para estudantes do ensino médio, atividades da qual ele com certeza não se interessava em participar. Chegando ao local, ele vê seu querido anjo com um vestido roxo escuro. Não era nada comum e parecia ser iluminar a calçada. Seus olhos analisavam cada centímetro daquele belo corpo como as curvas que tão delicadamente se mostravam mais nítidas graças ao vestido. Isso sem falar dos seios que se encaixavam perfeitamente naquela roupa. Enfim, ele tinha tudo para poder escolher ela como sempre. Só que dessa vez foi diferente.

- Oi, tudo bem?
- Tudo e você?
- Tudo. Olha, posso ir lá conversar com aquela sua amiga?
- Pode, claro. Fica a vontade, diz Rochele tentando esconder o fato que ficou um pouco chateada com essas palavras.

Alguns passos mais a esquerda, Eduardo encontra Vanessa. De forma rápida e sem olhar para todos os vários detalhes daquela ruiva tão cheia de atributos físicos ele faz o sinal para subir com ela.

- Vamos?
- Sim, gatinho. Pode subir na frente.

Eduardo segue em direção a escada mesmo querendo dar uma última olhada para o lado. Vanessa que está logo atrás dele apenas toca levemente o ombro de sua amiga e também sobe. Poucos minutos depois, os dois entram no quarto. Ele tenta não pensar em Rochele e aproveita o momento para ver quem é aquela ruiva que está na sua frente. E nisso toma uma surpresa. ``Nossa, nunca imaginei encontrar uma garota tão gostosa como ela``, pensa.

Para ele, é como se estivesse sendo premiado com uma linda atriz pornô. Nunca havia visto um par de seios tão grandes e bonitos aliados a um corpo tão bem delineado. Num rápido delírio, ela parecia uma versão da atriz Krista Allen, conhecida pelos famosos filmes da série Emmanuelle que passavam no cine privê.

Quando volta a realidade, percebe que ela já está toda nua e pronta para pegar os preservativos.  Sem pensar duas vezes, ele começa a tirar a roupa. E sua ereção vai ficando cada vez mais forte. Sentia muito tesão. A sensação aumentava mais ainda com os olhares maliciosos da ruiva que parecia cada vez mais atraente.

- Hmmm, você está do jeitinho que eu gosto.
- É mesmo?
- É, gatinho. A gente vai se divertir muito hoje. Deixa eu colocar a camisinha aqui pra você. Hmmmm, pronto.
- Ahhhhh, isso, me chupa.

Nesse momento, o quarto vai ficando mais quente. O ventilador não dá conta do recado. Nenhum dos dois se importa com isso no momento. Vanessa está em cima dele que, por sua vez, não tira a mão dos seios dela. Beija cada um de seus mamilos entre um gemido e outro. O som do corpo dela se encaixando no dele vai aumentando junto com os sons de prazer emitidos sem vergonha pelos dois. Não há dúvidas. Ambos estão curtindo muito.

- E ai, gatinho, vamos trocar de posição?
- Fica de quatro pra mim.

Nisso, ela obedece tal pedido como uma ordem e coloca prontamente seu corpo na posição pronta para receber a penetração dele. Ele encaixa lentamente o pênis no ânus dela que, por sua vez, reage com uma rápida rebolada quando este entra por completo. Em instantes, toda ação começa a ficar mais rápida no vai-e-vem até ele gozar.

- Uau, nossa.
Essas são as únicas palavras que ele consegue dizer enquanto recupera o ritmo normal da sua respiração.
- Nossa, gatinho, você tava com vontade hoje, hein?
- Eu, é...(respiro)...desc..(respiro)
- Shhh (diz ela tampando delicadamente os lábios dele com o dedo) calma, calma, recupera seu fôlego, tigrão senão você passa mal, hehe.

Segundos depois...

- Er, desculpa se te machuquei.
- Como assim?
- É que não to acostumado a transar assim, sabe, tão..tão..
- Forte?
- É, acho que é essa a palavra.
- Tudo bem. Sabe, você é um doce.
- Brigadu.
- De nada, vou tomar banho agora.

Vanessa se levanta e pega uma sacola plástica contendo uma toalha amarela e um sabonete pequeno de formato retangular. Eduardo fica ainda alguns instantes na cama e logo depois se levanta em direção ao chuveiro.

- Posso olhar?
- Claro, fica a vontade. Depois, você entra, tá? Se quiser, é claro.
- Beleza.
- Me diz uma coisa, você conhece a Rochele.
- Sim.
- E....
- E o que?
- Ela já comentou com você sobre mim?
- Olha, prefiro não comentar muito sobre minhas colegas, tudo bem?
- Tudo.     

Minutos depois, os dois se despedem com um longo e caloroso abraço. Vanessa sai na frente enquanto Eduardo ainda confere se não está esquecendo alguma coisa sua no quarto. Ao sair, se depara com Rochele que, por coincidência, também acabara de fazer um programa também. Os dois se olham sem jeito. O silêncio se instala no corredor até que ela pergunta:

- Oi, você parece cansado.
- É.
- Foi bom?
- Foi.
- Tá tudo bem mesmo?
- Tudo, só um pouco sem graça.
- Porque?
- Olha, preciso ir agora. Depois a gente se fala. Tchau
- Tchau.

E então ela se despede dele mesmo querendo continuar aquela conversa quase monossilábica. Sentia saudades, mas não podia expressar muito. Ele era um cara legal como tantos outros clientes. Então, o que tinha de diferente nele? O que esse cara tinha de especial? No entanto, seus pensamentos solitários são interrompidos quando sente alguém cutucando seu ombro.

- E ai, amiga, blz?, diz Vanessa com um belo sorriso no rosto.
- Acho que sim.
- ``Acho``? Que foi? Alguém te bateu? Foi grosso com você?
- Não.
- Então, o que?
- Nada.
- Sei.
- Você por um acaso não estaria com ciúmes dele, estaria?
- Claro que não. Você é besta? Ele é só um cliente. Que pergunta, meu deus...
- Nossa, quanta braveza, hehehe.
- Você não tem jeito mesmo, né.
- Não.
- Vem cá, me dá um abraço, gatona.

Enquanto as duas se abraçam, Vanessa começa a pensar se deveria ou não contar uma certa história para sua amiga. Rochele sente o coração da amiga palpitar um pouco. As duas se conhecem há muito tempo, o suficiente para perceber certas coisas sem dificuldade.

- Algo me diz que você tá querendo falar alguma coisa.
- É, eu tô.
- Olha, vamos ali perto da cozinha que eu te conto.
- O que é?
- RÔ, você já ouviu falar da lenda da garota que trocou de nome?
- Não, nunca. Você a conheceu?
- Sim, ela foi à primeira garota de programa que conheci.
- Tá, e daí? O que a história dela tem de especial e porque você quer me contar?

Nesse momento, a curiosidade de Rochele vai aumentando junto com a ansiedade de sua amiga. Vanessa respira fundo e começa a contar.

continua...

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Capitulo 4 - Asas quebradas





Nascida no sul do país, Rochele se mudou para cidade de São Paulo para tentar uma vida melhor. Amargou vários meses de desemprego. Passou fome e quase ficou sem lugar para morar depois que uma tia distante morreu e não deixou nada para ela. Com o tempo, foi começando a ver vida com menos colorido. O mundo era cruel e dificilmente alguém desconhecido estenderia a mão pra ela. No entanto, tudo mudou quando ao passear pelo centro encontrou algumas garotas vestidas com roupas curtas em frente a um motel. Primeiro, observou cada uma delas. Eram loiras, morenas, ruivas, gordas e magras. Elas ficavam ali paradas esperando alguém conversar com elas. Os homens que ali passavam olhavam com malicia e as mulheres com olhar de reprovação. Alguns paravam e conversam. Às vezes, iam embora e outras simplesmente subiam junto com alguma das garotas. Por causa de tanto observar, ela decidiu atravessar a rua e tentar conversar com elas.

- Oi, o que vocês estão fazendo ai?
Nenhuma delas responde.

- Desculpa, sou nova na cidade. Tô procurando emprego. Não conheço ninguém e preciso muito de um lugar para passar a noite. Por favor, alguma de vocês pode me ajudar?

Nisso, uma delas responde:

- Olha, garota, vai procurar outro ponto pra você ficar que aqui não tem lugar pra mais ninguém.
- Como assim? Todos os quartos estão lotados?
- Não, sua imbecil.
- Então, o quê?
- Você não percebeu o que nós somos?
- Ah...não.
- Idiota. Aqui é tudo puta, minha filha. Garota de programa. Entendeu agora ou quer que eu faça um desenho pra você?

A  essa altura do campeonato, nenhum insulto faria mal pra aquela pobre garota que estava sozinha numa cidade que não conhecia, não tinha dinheiro e nem lugar para morar. Mas, mesmo assim, ela não chorou.

- Vocês se importam se eu ficar um pouquinho aqui do lado?
Nesse momento, outra garota, com uma voz mais calma, responde:
- Olha, a gente não quer problema por aqui, tá bom? Todo mundo tá tentando ganhar a vida para tentar ir embora o mais rápido possível, entende?
- Acho que sim.
- Então, vou te ajudar, mas é só dessa vez, beleza?
- Beleza.
- Vou dar uma saída e você fica no meu lugar. Se alguém te chamar, você cobra o valor de cada posição mais a diária do hotel. Desse jeito, ninguém vai reparar que você é nova por aqui. Eles mal olham pra cara da gente.
- Mas eu nunca fiz isso antes.
- Você é virgem?
- Não.
- Então, sem problema. Torce para encontrar um cara legal, tenta curtir um pouco e faça-o gozar rápido.
- E se eu não conseguir?
- Bom, você quer sobreviver, não quer?

E foi assim que Rochele teve seu primeiro programa. Não foi nada fácil. O cliente não era muito legal. Ela nunca imaginou que sua primeira vez com um estranho seria tão doloroso. Ao sair do quarto, ela se depara com a garota que com quem tinha trocado de lugar.

- Oi. Consegui, deu tudo certo. Não foi muito legal, mas ele pagou em dinheiro.
- Ah, é? Que bom. Deixa eu ver.
- Hmmm, 250 reais. É uma grana boa. Me dá aqui.
- Não, peraí, essa dinheiro é ...
- Não termine essa frase.
- Mas...
- Mas nada, eu te dei a oportunidade de trabalhar e não a minha grana. Aprenda uma coisa. Não sou sua amiga, entendeu? E se falar no dinheiro de novo, teremos que terminar essa conversa de outro jeito.

Depois de ouvir tais palavras, Rochele se sente tomada pela surpresa da inesperada traição, mas aceita com pesar as palavras da sua nova colega de trabalho. Depois desse dia, as coisas começaram a melhorar. Os clientes se surpreendiam com aquela menina de jeito tão meigo e corpo tão bonito. Alguns traziam presentes e outros passavam só pra dar um oi bem rápido, algo que por sua vez deixou basicamente uma grande das suas colegas com inveja.

Voltando aos dias atuais....

Meses haviam se passado desde que Eduardo e Rochele se conheceram. Os programas eram cada vez mais frequentes. Não havia uma periodicidade especifica, mas ele ia com ela sempre que possível. O sexo já era tão comum que eles se sentiam cada vez mais a vontade assim como um casal de namorados. Infelizmente, a vida nunca foi um conto de fadas para nenhum dos dois. Ela sempre sofria com os clientes mais grosseiros e ele sempre fora um azarado quando o assunto é relacionamentos. Já se apaixonara várias vezes, mas nunca tinha sido correspondido. Claro que sua solidão aparentemente acabou após conhecer seu ``anjo``, nome pelo qual chamava sua garota de programa favorita.

- Não me chama assim, querido.
- Por quê?
- Desse jeito, vou achar que você tá se apaixonando por mim e eu já te disse que não posso me envolver com ninguém.
- Eu sei, eu entendo, mas você é tão doce e carinhosa comigo.
- É porque você merece, fofo.
Nesse momento, a garota se inclina levemente e dá um rápido beijo, quase um selinho, nos lábios de Eduardo. Seus seios encostam devagar no corpo dele, o que faz com que seu coração dê uma acelerada. 
- Hmmm, que selinho gostoso
- Hi hi hi.
- Ai, ai, ai, eu adoro seu jeito, meu anjo.
- Bom, pelo jeito, vou ter que me acostumar com você me chamando assim, né?
- Se quiser, eu paro.
- Não, tudo bem, vai, você pode.
- Posso algo mais?
- Como assim?
- É que, assim, nunca te contei mas eu sou escritor e...

Antes que Eduardo termine de falar, Rochele se afasta e diz com uma expressão mais séria:

- Olha, se você andar falando de mim por ai eu vou atrás de você, viu?
O rapaz, sem graça, apenas diz:
- Calma,  tudo bem. Você pode confiar em mim.
- Olha, gatinho, não vamos estragar o momento. Logo, logo vai dar o horário da gente sair do quarto. Lembre-se que você pagou só meia hora hoje comigo.

Eduardo fica em silêncio e dá um beijo na bochecha dela. Depois começa a se mexer e vai em direção ao chuveiro. É um banho rápido. Logo em seguida, é a vez dela. Os dois terminam de se trocar quase que ao mesmo tempo. Ela dá um longo abraço nele e mais um beijo no rosto. Eles se despedem.

- Bom,  você já sabe o caminho, né?
- Sei, valeu. Até.
- Até.

Enquanto anda no corredor em direção à escada, Eduardo se lembra de uma coisa e dá meia volta para falar com Rochele:

- Oi, olha, esqueci de te dar um negócio.
Ele entrega um bilhete dobrado e com o nome Rochele em letra de forma.
- O que é isso? pergunta a garota de programa
- É pra você. Tchau
- Tchau.

Depois que ele vai embora, ela resolve sentar numa cadeira próxima a um dos quartos. Abre o bilhete e se depara com uma ótima surpresa em forma de poesia:



Meu anjo

Certa vez conheci um anjo...
Dono de olhos claros
Sua boca tinha formas suaves
Seu colo era macio como uma nuvem
Seu perfume cheirava a carinho amigo
Seus cabelos eram desenhados e pintados com uma cor de mel

Por isso, na primeira vista, meus olhos ficaram nublados
talvez confusos, curiosos
Não conseguiam acreditar na beleza de tal ser
Pareciam tentar decifrar sua magia e explicar o impossível

Dizem que anjos não tem sexo
Em parte, isso é verdade
Mas nem toda teoria escapa de ter uma exceção a regra
É o caso dela
Suas formas são tão femininas
Seus beijos são quentes
Seu carinho é provocante

Estar com ela é como adicionar um tempero a sonhos ingênuos
Um gosto de desejo realizado
Não quero acordar, quero dormir e sonhar
Sonho colorido, uma bagunça, tudo distorcido
Nada parece fazer sentido, mas é tão real que acredito

Meu coração confia em você
Minhas batidas desejam tua felicidade
Minhas pulsações agradecem em tom de música por todos os sorrisos que ganhei por tua causa
Agradeço a cada minuto ao lado desse ser alado com jeito de menina, doce e meigo misturado a uma postura de mulher.


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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CAPITULO 3: Livre para sonhar?



O dia anterior havia sido muito produtivo para todas as garotas do Hotel Central. E isso era sempre motivo de comemoração para cada uma daquelas meninas que raramente faziam planos para o futuro. Rochele, por exemplo, sempre manteve vivo o sonho de se ver livre daquele mundo do qual fazia parte. Tinha uma conta no banco e sempre depositava o dinheiro que sobrava no final do mês e vivia olhando o classificado de empregos com o intuito de encontrar algo melhor. Às vezes até encontrava, mas sempre havia o questionamento de trocar o certo pelo duvidoso.

Nessas horas, ela se lembra do rosto de Eduardo. E também de suas palavras. Ou melhor, da rápida conversa que tiveram sobre o futuro. Mesmo não podendo admitir publicamente, ela torcia para que ele voltasse o quanto antes. Queria conversar. Queria ouvi-lo dizer que ela podia ter um futuro e, talvez, relembrar o significado da palavra esperança. Infelizmente, não há tempo pra sonhar enquanto se está trabalhando.

O tempo é curto até mesmo pra se pensar nele. E aos poucos, chega a hora de todas as garotas descerem as escadas e ficar esperando nos seus pontos até chegar alguém que as faça subir de volta rumo a um quarto. Era sexta-feira, o melhor dia da semana para os negócios e o mais arriscado também por causa do tipo de cliente que aparecia entre os horários do meio-dia e duas da tarde. O movimento de pessoas a procura das garotas era grande e quase não havia descanso pois sempre tinha alguém esperando por cada uma delas. Depois das seis, então, era pior ainda.

Rochele tinha medo. Mesmo com toda sua experiência, nunca havia se acostumado a fazer tanto sexo em tão pouco tempo durante um dia. Certa vez, ela foi surpreendida na saída do seu quarto por um trio de irmãos que trabalhavam juntos num escritório de advocacia ali perto. Os três a queriam ao mesmo tempo. Sem oferecer resistência, ela aceitou o programa com o trio. Eles se divertiram. Ela odiou cada minuto, mas, apesar de tudo, ganhou uma boa grana.

Minutos depois, sozinha, debaixo do chuveiro ela se viu com vontade de chorar. Queria fugir, ter pelo menos um dia de folga. Afinal de contas, vida era dura e parecia não melhorar. Por esse motivo, ela procurava refúgio na ficção. Gostava muito de livros como Crepúsculo e filmes de comédia como Se Beber, Não Case, por exemplo. Considerava o cinema e a literatura seus melhores amigos já que muitas de suas colegas de trabalho não gostavam dela. Algumas dificilmente davam bom dia e outras se recusavam a dar qualquer tipo de conselho.

Ela não sabia, mas era alvo de inveja. Felizmente, como toda regra tem sua exceção, havia uma garota que gostava dela. Às vezes, até demais. Seu nome era Vanessa. Ruiva, de seios fartos, cabelos curtos e pernas finas. Tinha como fama surpreender os clientes com idéias que iam muito além do esperado e se considerava muito experiente. Quase uma professora. Ao entrar no quarto e perceber que não havia nenhum cliente, começou a assobiar baixinho até encontrar Rochele distraída debaixo do chuveiro. Sem pensar duas vezes, tirou a pouca roupa que usava e andou em direção a sua amiga.

- Oi linda, tudo bem?
- É, acho que sim.
- Que foi?
- Nada.
- Sei.
- Sabe, to cansada dessa vida.
- É chato ser gostosa, né? rs
- Olha só quem fala.

Vanessa estende as mãos e ajuda Rochele a se levantar. Fica um minuto examinando aquele olhar cabisbaixo e depois acaricia seu rosto. As duas se abraçam por alguns segundos. A ruiva se afasta um pouco e olha com muita atenção nos olhos de sua amiga. Nesse momento, não se percebe mais a cumplicidade tão implícita daquela amizade. Em seu lugar, um olhar de desejo misturado com carinho que logo se desfaz quando elas se beijam. Os corpos se encontram e o calor aumenta. Não se sabe se é pelo chuveiro ligado há tanto tempo ou pela sensualidade daquele encontro entre corpos.

De repente, Rochele toma um susto ao perceber o que estava acontecendo e se afasta. Mesmo excitada, ela nega suas ações durante aquele breve momento. E ainda por cima, pede desculpas.

- Olha, não quero te magoar.
- Tudo bem.
- Mesmo?
- Sim.
- Olha, eu sempre curti você. Não vou negar isso. Se tem algo que minha experiência de vida me ensinou é que o desejo aumenta quando se tenta negar algo assim. Um dia você vai querer experimentar isso e eu estarei te esperando.
- Pode ser.
- Olha, garota, você precisa aprender a se divertir.
- Como? Todo dia é sempre a mesma coisa. A única coisa que compensa é o dinheiro, pois o prazer é tão raro quanto uma nota de cem reais.
- Talvez se você se permitisse tentar coisas novas.
- Como, por exemplo...
-  Sair um pouco e tentar uma vida normal de vez em quando.
- Eu adoraria pelo menos sonhar com isso, mas não posso. Nenhuma de nós pode. Acho até uma ironia trabalharmos numa avenida chamada esperança. Eu mesma não espero mais nada da vida.
- Você pode se surpreender.
- É mesmo? E porque você nunca tentou seguir esse conselho?
- Simples, gatinha. Diferente de você, eu curto o que eu faço. Pode me chamar do que quiser, mas acho tudo muito divertido.
- Hmmmm...  


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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

CAPITULO 2: Eduardo





Com o passar dos anos, a vida lhe ensinou alguns truques para descobrir se alguém é legal. Um deles é o modo como os caras se comportam quando ela volta para o quarto. A grande maioria já tira metade da roupa ou fica completamente pelado enquanto alguns esperam o seu pedido para ficar a vontade. Eduardo se encaixa na segunda categoria.

O rapaz não tem pressa de tirar a roupa ainda mais porque fica hipnotizando com os detalhes do corpo de Rochele. Nunca havia visto um conjunto tão interessante de atributos nas suas colegas de faculdade. Também não teve a oportunidade de ver o corpo nu delas. Apesar de todo esse jeito, essa não era sua primeira vez. Ele já havia perdido a virgindade com uma mulher bem mais velha que conhecera anos atrás. Foi tão intenso e especial que volta e meia ele se pega relembrando dos momentos de prazer daquela tarde.

Eduardo deita na cama ao lado de Rochele. Ela olha pra ele com um sorriso de canto nos lábios e diz:

- Pode chegar mais perto, gatinho. A gente vai namorar um pouquinho antes de começar pra valer, tudo bem pra você?
- C-claro, s-sim.

Nesse momento, o coração dela se excita com a possibilidade de diversão tão esperada quando encontra caras assim como ele. Aproveitando a oportunidade, ela vai beijando lentamente o pescoço ao mesmo tempo em que acaricia um pênis já ereto. Ele apenas toca suavemente o topo das suas costas com uma delicadeza diferente da qual ela está acostumada quando encontra um cara legal.

Hmm, esse parece bem diferente, pensa a garota de programa. Espero dar bastante prazer a ele para que volte mais vezes. No entanto, seu pensamento é interrompido quando ele pergunta:

- Você já teve vontade de namorar de verdade?
- Como assim, gatinho?
- Tipo assim, quero dizer, sair dessa vida, ter um emprego melhor e...um namorado, talvez.
- Bem, não posso me dar esse luxo.
- Por quê?
- Olha, você parece um cara legal e, por isso, vou te fazer algo bem especial.

E, antes que ele pudesse continuar a conversa, ela tira a única peça de roupa que ele curiosamente ainda não tinha tirado: a cueca. Pego de surpreso por esse movimento, a única coisa que faz é fechar os olhos e curtir aquele momento do qual esquecera totalmente como era. Tudo acontece de uma forma tão intensa que ele mal percebe a camisinha que havia sido colocada no seu pênis e que agora desaparecia na boca daquela morena de olhar tão safadinho.

O coração de Eduardo batia cada vez mais rápido e as suas únicas palavras desde que o sexo oral começou alternavam entre ``Não para, continua`` e alguns gemidos. Parecia sua primeira vez...de novo. E isso era o máximo pra ele. Nunca havia sentido tanto prazer nessa sua jovem vida. Nesse momento, quando eles começam a transar pra valer, ela já está em cima dele mexendo num ritmo devagar e cada vez mais quente. O quarto número cinco do Hotel Central parecia rodopiar ao redor daquela cena.

Algum tempo depois, ambos se encontram cansados e abraçados na cama. Ele, esticado na cama e abraçando o aparentemente frágil e pequeno corpo daquela garota mágica que realizara todos os seus desejos. Ela, com os olhos fechados e com a cabeça deitada no peito macio dele. Ninguém diz nada até o silêncio ser quebrado com o barulho de uma chuva leve. Nisso, o braço direito de Rochele se levanta para alcançar um botão que fica no alto da cama. Sem olhar, ela liga o rádio com uma facilidade de veterana. Está sintonizada numa estação que só toca músicas românticas das décadas de 80 e 90, principalmente. E naquele momento, tocava a música These Dreams, da banda Heart:





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domingo, 3 de fevereiro de 2013

A vida de Rochele


Capitulo 1 - Apenas mais um dia...

Era para ser mais um dia como nenhum outro. Rochele acordava às 6 da manhã para ir trabalhar no seu ponto de sempre na Avenida Esperança. Claro que o dia não começava assim tão cedo, mas ela precisa se virar para não chegar muito tarde já que era nova na cidade. Sua vida sempre foi assim desse modo com a sobrevivência ditando o rumo de sua vida e o seu segredo justificando as escolhas que tomava ao longo do caminho.

Nem sempre os clientes eram legais. Alguns eram grossos e outros dificilmente olhavam para sua cara depois da transa. No entanto, sempre haviam aqueles que faziam valer a pena o seu dia. O sexo era diferente, pois tinha um pouco mais de prazer diferente das outras vezes em que hora algo apenas mecânico, por assim dizer. Nessas horas ela se soltava e deixava seu lado mais ousado surgir sem vergonha nenhuma.
Como sempre, ela não podia admitir preferências assim como nunca poderia se envolver emocionalmente. E com jeitinho delicado e doce, vivia dizendo: ``Ai, tenho medo que alguém se apaixone por mim.``

Numa bela tarde de sábado, apareceu um rapaz chamado Eduardo. Com uma pele morena, estatura média, olhos castanhos e um jeito tímido, ele olhou rapidamente pra ela. Movido pela curiosidade, seus passos o levaram em direção ao ponto onde Rochele ficava a espera de clientes. Os dois se entreolharam e, embora não tivesse certeza se iria mesmo, Pedro perguntou pra ela sobre como funcionava o programa dela. Curiosa, a bela morena de olhos claros, corpo fino, seios levemente inclinados e um bumbum que volta e meia magnetizava a atenção dele respondeu com toda calma do mundo o valor de cada posição e o tempo que podiam ficar juntos. Nem é preciso dizer que o rapaz aceitou prontamente a oferta de um programa completo.

Nisso, os dois entraram no quarto. Ela pediu para que ele esperasse enquanto ia buscar uma camisinha. Jogou suavemente um beijo em sua direção e saiu do quarto com a sensação de que dessa vez conheceria outro cliente legal assim como alguns outros com quem já tivera feito programa naquele mesmo quarto. O caminho até o armário era curto, mas o suficiente para passar um filme na cabeça dessa garota de apenas 22 anos.

Primeiro, lembrou-se do seu primeiro mês quando começou nessa vida. No começo, era muito difícil e ela sempre se sentia mal. Para sua sorte ou azar, talvez, ela fazia muito sucesso entre os homens da região que variavam de adolescentes a profissionais como advogados, jornalistas e policiais. Todos ficavam doidos com seu corpo lindo e aquele jeito delicado tão característico dela.

Depois, vieram as boas lembranças. São sempre as melhores e mais prazerosas. Isso a fazia se sentir bem como naquela vez em que transou com um rapaz muito inexperiente. Ele não sabia colocar uma camisinha ou até mesmo fazer uma penetração. Ela o achava fofo e adorava o jeito com que ele a pedia para ter paciência e ser gentil. Era muito gostoso pra ela quando encontrava pessoas assim, pois, desse modo, podia ser divertir tanto quanto as pessoas se divertiam com ela.

Voltando para o quarto carregando uma bolsinha com preservativos e outros apetrechos, Rochele olha para Pedro com a esperança dele se tornar mais uma de suas boas lembranças. Mal sabia ela que sua sorte estava prestes a mudar depois daquele programa.

Continua.....